Novas Formas de Morar | Arquitetura em Movimento
NEW WAYS OF LIVING | ARCHITECTURE IN MOTION Projeto Final de Graduação | Final Gradutaion Project Autor:Marcelo Palhares Santiago. Arquitetura e Urbanismo, PUC Minas. 2° Semestre de 2002.
Novas Formas de Morar - Arquitetura em Movimento
Arquitetura e Urbanismo | PUC Minas
Marcelo Palhares Santiago
Orientador: Roberto Eustáaquio dos Santos
01 | 20 Porque Novas Formas de Morar?
Marcelo Tramontano; “Habitação, hábitos e Habitantes: Tendências contemporâneas metropolitanas”
02 | 20 Casa Burguesa no Brasil
Fonte: Cf. Pinto, Estevam - Muxarabis e balcões e outros ensaios. C. editora Nacional, São Paulo, 1958.
O padrão burguês oitocentista: A habitação burguesa é um modelo de casa originado no século XIX caracterizado pela tripartição em espaços de prestígio, isolamento, e rejeição, tradicionalmente caracterizados como social, íntimo e serviços. O espaço de rejeição é formado pelo banheiro, a cozinha e o quarto de empregada. Espaços íntimos são os quartos e sala de comer. A sala de visitas é o local de prestígio, a principal parte da casa, onde se recebem visitas (habitação como vitrine de prestígio social). A loja, espaço de trabalho, é um anexo da casa.
03| 20 Casa Moderna no Brasil
03 | 20 Casa Contemporânea
04|20 Novos Grupos Domésticos
Os novos grupos domésticos existem, muitas vezes, em apenas certos períodos do ciclo de vida familiar, de maneira simultânea ou alternada. A esta flexibilidade não deveria corresponder uma flexibilidade do espaço da habitação, capaz de absorver esta transformação contínua?
- cada vez menos predominante
- formada por um núcleo conjugal e filhos. Cada um na sua
- diminuição da fecundidade, cada vez menos filhos
- crescente inserção feminina na força de trabalho
- o papel de provedor da família já não é exclusivo do pai
- independência dos filhos mais cedo
- mãe ou pai solteiros com filhos
- família liderada na maioria das vezes pela mulher (devido à viuvez mais freqüente entre as mulheres, ou a mãe que fica com a guarda dos filhos após separação)
- resultado, principalmente, do aumento do numero de divórcios e separações
- mães independentes.
- casais sem vínculos legais, sem filhos
- primeira opção de vida conjugal para maioria dos jovens
- raízes nas incertezas e dúvidas do casamento
- perda de importância de valores religiosos
- liberdade sexual e aumento do respeito pelas uniões homossexuais
- solteiros por opção (neocelibatários)
- solteiros por incompetência
- viuvez (predominante entre mulheres)
- separados ou desquitados (predominância de homens que só recebem os filhos nos fins de semana)
- é crescente o numero de estudantes universitários
- repúblicas de estudantes
- jovens trabalhadores
- as relações internas são baseadas na transitoriedade da habitação
Fonte: Marcelo Tramontano, “Novos modos de vida, novos espaços de morar”
04|20 Sobreposição de atividades
Marcelo Tramontano, “Novos modos de vida, novos espaços de morar”
04|20 Individualidade e Novas Tecnologias
Fonte: Marcelo Tramontano, “Novos modos de vida, novos espaços de morar”
A introdução de novos elementos de comunicação: tv a cabo, internet, telefone celular, etc, intensificam um novo tipo de espaço de uso extremamente individual, o cyber espaço, “ ante-câmara do mundo”. O espaço onde se busca, individualmente, um contato com o MUNDO.
05|20 Arquitetura em movimento, módulo individual
Peter Cook, “Experimental Architecture”, p. 116.
06|20 Apartamento ordinário padrão
Aplicação num edifício residencial comercial. Uma das grandes transformações da casa no séc. XX foi a sistemática perda de seu valor como moradia, como lugar de existência da família. No período pós revolução industrial, a burguesia transformou a casa na sua maior vitrine de êxito social, um objeto de investimento financeiro. A sociedade atual levou isso ao extremo, e os apartamentos comerciais para classe média são um exemplo da casa tratada apenas com seu fim comercial, construiído com os mínimos recusrsos, utilizando as áreas mínimas previstas pelos códigos de obra, enfim, um negócio rentável, desprovido de qualquer preocupação com a qualidade espacial e com as relações sociais.
O objetivo de intervir neste edifício é de provar, através de repetidos testes, que utilizando os mesmos parâmetros urbanísticos e seguindo as limitações mínimas do código de obras é possível criar um novo sistema aberto, com possibilidade de configurações mutantes e adaptaveis.
07|20 Edifíicio ordinário padrão
Exemplo de um edificio ordinário. Entende-se por ordinário: comum, repetitivo, frequente, de baixa qualidade.
A atuação das ‘construtoras populares’ produz uma arquitetura irrefletida, e repetitiva, pois os edifícios são copiados infinitamente, padronizando a imagem urbana. Esses edifícios poderiam ser caracterizados como arquitetura tediosa ou ordinária, seguindo os conceitos definidos por Robert Venturi em “Aprendendo com Las Vegas”. Ordinárias não somente no sentido de ter baixa qualidade, mas também por ser uma arquitetura ‘periódica’, freqüente
08|20 Apartamento redesenhado
O mercado oferece opções que se adaptem a diferentes grupos domésticos, com necessidades distintas?
“O espaço é então formado muito mais por acontecimentos do que por coisas acabadas, ele deve ser entendido muito mais como um campo de forças, um sistema instável de funções e matérias não formalizadas, não estruturadas. (...) Neste sentido é preciso desenvolver modos de observação e de atuação a partir de situações de instabilidade, de paisagens ocupadas por múltiplos agentes e processos ao mesmo tempo.”
Trechos da palestra proferido por Nelson Brissac na 6ª Semana de Arquitetura do D.A. da PUC MINAS.
09|20 Edifício redesenhado
Edificio redesenhado seguindo os mesmos limites do edificio ordinário padrão.
10|20 Nova família nuclear
Teste de ocupação
01 Nova família nuclear:
- cada vez menos predominante
- formada por um nucleo conjugal e filhos. Cada um na sua
- diminuição da fecundidade, cada vez menos filhos
- crescente inserção feminina na força de trabalho
- o papel de provedor da família já não é exclusivo do pai
- independência dos filhos mais cedo
11|20 Família monoparental
Teste de ocupação
02 Familia monoparental:
- mãe ou pai solteiros com filhos
- familia liderada na maioria das vezes pela mulher (devido à viuvez mais frequente entre as mulheres, ou a mãe que fica com a guarda dos filhos após separação)
- resultado, principalmente, do aumento do numero de divórcios e separações
- mães independentes.
12|20 Uniões livres
13|20 Pessoa vivendo só
Teste de ocupação
04 Pessoas vivendo só:
- solteiros por opção (neo celibatários)
- solteiros por incompetência
- viúves predominante entre mulheres
- separados ou desquitados, predominância de homens que só recebem os filhos nos fins de semana
- é crescente o numero de estudantes universitários
14|20 Coabitação sem vínculos
15|20 Módulo individual para montar
17|20 Detalhes de encaixe
Detalhes de encaixe da estrutura tubular de aluminio e do painel de fechamento usando parafusos de rosca borboleta.
20|20 Conclusão
A intenção do projeto foi desenvolver uma postura crítica frente às situações colocadas pelo mercado. Não foi intenção antever uma visão do futuro que venha a mudar a forma de morar do individuo, muito menos estabelecer uma nova regra. O que se fez no projeto foi utilizar o sistema modernista de concepção: primeiro identificando novos problemas, segundo reconhecendo novas tecnologias disponíveis e terceiro, atacando os problemas e utilizando as ferramentas para propor soluções que resolvam os problemas.
O que se espera do projeto é ao invés de oferecer um novo ‘estilo’ para a sociedade, atender a mudanças já ocorridas no comportamento social, ao mesmo tempo em que deixa margem para alterações advindas de futuras transformações.
Pois caso, pretendendo manter referências aos padrões estéticos estabelecidos, nós arquitetos não sejamos ousados para tentar mudar o sistema de organização espacial contemporâneo, estaremos condenados a continuar repetindo eternamente, os mesmos modelos medíocres atuais, sem nem mesmo saber porque o fazemos.
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